A carta
Minhas mãos tremem ao escrever o que deveria ser uma carta de amor ou, quem sabe, um amor de carta, afinal, tudo em minha vida é incerto.
Anjo, se não a tenho por perto o sol não aparece, as estrelas não brilham e a Senhora Lua já não é mais a inspiração dos meus poemas.
Dentro do meu peito existe uma cratera cuja extensão é do tamanho da cidade de tristezópolis; lugar onde as pessoas mais felizes são tristes.
Escrevo justamente para lhe informar que estou de mudança pra lá a convite de um amigo e acredito que serei muito bem-vindo.
Soube, por meio deste amigo, que a prefeita da cidade, a Paixão, foi acusada de traição e por isso está exilada em alegrolância, distinta capital do lugar para aonde vou, me parece que ela sorria enquanto alguém chorava. Corre o boato que o Amor, então prefeito de alegrolândia, a influenciou.
Em tristezópolis as pessoas andam de cabeça baixa, sempre chorando, lamentando-se da vida. Todos se entendem por lá, pois, ninguém fala com ninguém. O Amor uma vez passou por lá, mas, a Intriga, a delegada de polícia da cidade, o expulsou alegando que ele causava mal às pessoas, prometia fazê-las felizes, levá-las ao encontro do Sr. Nirvana mas nunca cumpria suas promessas, indo embora sem ao menos dizer adeus. Ninguém entendia o por quê do Amor enganar tanta gente, então a delegada o seguiu e viu que ele conversava às escondidas com a Prefeita Paixão e com sua vice, a Efemeridade, duas corjas que queriam governar a cidade para colocar, como seu representante, o Sofrimento.
Quando o Amor voltou a transitar na cidade todas as pessoas, acompanhadas com seu líder, o Ódio, o puseram pra correr e nunca mais o Amor apareceu por lá. Já a prefeita e sua vice optaram em ir para Alegrolândia deixando o cargo para a Saudade. Estou lhe contando como é a cidade para onde vou que é justamente para você saber que lá a Enganação não existe, a Mentira ficou com a perna curta ao descobrirem que ela faltou com a Verdade, a Injustiça perdeu o mandato e agora age em outro lugar. A Realidade... Ah! Essa dona Realidade é, ainda, apenas um sonho porque as pessoas preferem acreditar naquilo que dizem aos seus ouvidos do que naquilo que seu coração manda acreditar.
Bom! Despeço-me por aqui, pois, tenho que fazer as malas, não que elas não venham feitas da fábrica, enfim, dispense este detalhe, pois, só lhe expliquei porque sei que a Incompreensão está ao seu lado lendo esta carta.
Um dia, quem sabe, eu não visite você ai em Ilusionópolis, afinal somos quase conterrâneos agora...
By Marcos
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
A carta
A carta
Minhas mãos tremem ao escrever o que deveria ser uma carta de amor ou, quem sabe, um amor de carta, afinal, tudo em minha vida é incerto.
Anjo, se não a tenho por perto o sol não aparece, as estrelas não brilham e a Senhora Lua já não é mais a inspiração dos meus poemas.
Dentro do meu peito existe uma cratera cuja extensão é do tamanho da cidade de tristezópolis; lugar onde as pessoas mais felizes são tristes.
Escrevo justamente para lhe informar que estou de mudança pra lá a convite de um amigo e acredito que serei muito bem-vindo.
Soube, por meio deste amigo, que a prefeita da cidade, a Paixão, foi acusada de traição e por isso está exilada em alegrolância, distinta capital do lugar para aonde vou, me parece que ela sorria enquanto alguém chorava. Corre o boato que o Amor, então prefeito de alegrolândia, a influenciou.
Em tristezópolis as pessoas andam de cabeça baixa, sempre chorando, lamentando-se da vida. Todos se entendem por lá, pois, ninguém fala com ninguém. O Amor uma vez passou por lá, mas, a Intriga, a delegada de polícia da cidade, o expulsou alegando que ele causava mal às pessoas, prometia fazê-las felizes, levá-las ao encontro do Sr. Nirvana mas nunca cumpria suas promessas, indo embora sem ao menos dizer adeus. Ninguém entendia o por quê do Amor enganar tanta gente, então a delegada o seguiu e viu que ele conversava às escondidas com a Prefeita Paixão e com sua vice, a Efemeridade, duas corjas que queriam governar a cidade para colocar, como seu representante, o Sofrimento.
Quando o Amor voltou a transitar na cidade todas as pessoas, acompanhadas com seu líder, o Ódio, o puseram pra correr e nunca mais o Amor apareceu por lá. Já a prefeita e sua vice optaram em ir para Alegrolândia deixando o cargo para a Saudade. Estou lhe contando como é a cidade para onde vou que é justamente para você saber que lá a Enganação não existe, a Mentira ficou com a perna curta ao descobrirem que ela faltou com a Verdade, a Injustiça perdeu o mandato e agora age em outro lugar. A Realidade... Ah! Essa dona Realidade é, ainda, apenas um sonho porque as pessoas preferem acreditar naquilo que dizem aos seus ouvidos do que naquilo que seu coração manda acreditar.
Bom! Despeço-me por aqui, pois, tenho que fazer as malas, não que elas não venham feitas da fábrica, enfim, dispense este detalhe, pois, só lhe expliquei porque sei que a Incompreensão está ao seu lado lendo esta carta.
Um dia, quem sabe, eu não visite você ai em Ilusionópolis, afinal somos quase conterrâneos agora...
By Marcos
Minhas mãos tremem ao escrever o que deveria ser uma carta de amor ou, quem sabe, um amor de carta, afinal, tudo em minha vida é incerto.
Anjo, se não a tenho por perto o sol não aparece, as estrelas não brilham e a Senhora Lua já não é mais a inspiração dos meus poemas.
Dentro do meu peito existe uma cratera cuja extensão é do tamanho da cidade de tristezópolis; lugar onde as pessoas mais felizes são tristes.
Escrevo justamente para lhe informar que estou de mudança pra lá a convite de um amigo e acredito que serei muito bem-vindo.
Soube, por meio deste amigo, que a prefeita da cidade, a Paixão, foi acusada de traição e por isso está exilada em alegrolância, distinta capital do lugar para aonde vou, me parece que ela sorria enquanto alguém chorava. Corre o boato que o Amor, então prefeito de alegrolândia, a influenciou.
Em tristezópolis as pessoas andam de cabeça baixa, sempre chorando, lamentando-se da vida. Todos se entendem por lá, pois, ninguém fala com ninguém. O Amor uma vez passou por lá, mas, a Intriga, a delegada de polícia da cidade, o expulsou alegando que ele causava mal às pessoas, prometia fazê-las felizes, levá-las ao encontro do Sr. Nirvana mas nunca cumpria suas promessas, indo embora sem ao menos dizer adeus. Ninguém entendia o por quê do Amor enganar tanta gente, então a delegada o seguiu e viu que ele conversava às escondidas com a Prefeita Paixão e com sua vice, a Efemeridade, duas corjas que queriam governar a cidade para colocar, como seu representante, o Sofrimento.
Quando o Amor voltou a transitar na cidade todas as pessoas, acompanhadas com seu líder, o Ódio, o puseram pra correr e nunca mais o Amor apareceu por lá. Já a prefeita e sua vice optaram em ir para Alegrolândia deixando o cargo para a Saudade. Estou lhe contando como é a cidade para onde vou que é justamente para você saber que lá a Enganação não existe, a Mentira ficou com a perna curta ao descobrirem que ela faltou com a Verdade, a Injustiça perdeu o mandato e agora age em outro lugar. A Realidade... Ah! Essa dona Realidade é, ainda, apenas um sonho porque as pessoas preferem acreditar naquilo que dizem aos seus ouvidos do que naquilo que seu coração manda acreditar.
Bom! Despeço-me por aqui, pois, tenho que fazer as malas, não que elas não venham feitas da fábrica, enfim, dispense este detalhe, pois, só lhe expliquei porque sei que a Incompreensão está ao seu lado lendo esta carta.
Um dia, quem sabe, eu não visite você ai em Ilusionópolis, afinal somos quase conterrâneos agora...
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