sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Mais um




- Ele teve morte cerebral, ele teve morte cerebral! – grita desesperadamente a enfermeira de plantão.

E agora, como é que vai ser? Mais um Alberto que morre. Mais uma mãe ficará órfã.

As desculpas levianas se repetem e as autoridades mais uma vez comentem crimes contra a sociedade. Contraditório? Contraditório é ter o lema “Servir e proteger”, mas, meter bala quando ninguém estiver olhando e depois dizer “foi sem querer”. Até quando será sem querer? Quantos “Albertos”, quantos “Leonardos”, quantos “Felipes” ou “Joões” terão que se fuder para que a porra da matança de adolescentes cesse? Está achando difícil ler o meu texto, por causa dos palavrões, né? Difícil, meu amigo, é ligar a merda da Televisão e ver, os olhos dantes vivos, agora fechados pela bala covarde de um imbecil de farda suja. Como é que será entrar na sala de aula e saber que o mano não vai chegar pra contar as novidades, difícil é saber que o melhor amigo do Leonardo terá que seguir viagem sozinho, agora, quando uma vez, eles prometeram que jamais se separariam. Que fariam faculdades juntos...

E agora, como vai ser? Dona Maria acordará todos os dias às sete da manhã e não poderá beijá-lo, não poderá desejar bom dia para ninguém porque o Leonardo era seu porto-seguro, era seu chão, era seu único filho. Agora, senhora autoridade, Dona Maria só poderá se debruçar no caixão e dizer “adeus, filho”. Ela não terá motivos para passar na Menininha para comprar pão e leite porque seu filho não mais tomará café com ela.

Que a venda dos olhos da Justiça caia e com ela todas as impunidades cometidas para com os meninos da PERIFERIA.


Marcos Lopes

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Mais um




- Ele teve morte cerebral, ele teve morte cerebral! – grita desesperadamente a enfermeira de plantão.

E agora, como é que vai ser? Mais um Alberto que morre. Mais uma mãe ficará órfã.

As desculpas levianas se repetem e as autoridades mais uma vez comentem crimes contra a sociedade. Contraditório? Contraditório é ter o lema “Servir e proteger”, mas, meter bala quando ninguém estiver olhando e depois dizer “foi sem querer”. Até quando será sem querer? Quantos “Albertos”, quantos “Leonardos”, quantos “Felipes” ou “Joões” terão que se fuder para que a porra da matança de adolescentes cesse? Está achando difícil ler o meu texto, por causa dos palavrões, né? Difícil, meu amigo, é ligar a merda da Televisão e ver, os olhos dantes vivos, agora fechados pela bala covarde de um imbecil de farda suja. Como é que será entrar na sala de aula e saber que o mano não vai chegar pra contar as novidades, difícil é saber que o melhor amigo do Leonardo terá que seguir viagem sozinho, agora, quando uma vez, eles prometeram que jamais se separariam. Que fariam faculdades juntos...

E agora, como vai ser? Dona Maria acordará todos os dias às sete da manhã e não poderá beijá-lo, não poderá desejar bom dia para ninguém porque o Leonardo era seu porto-seguro, era seu chão, era seu único filho. Agora, senhora autoridade, Dona Maria só poderá se debruçar no caixão e dizer “adeus, filho”. Ela não terá motivos para passar na Menininha para comprar pão e leite porque seu filho não mais tomará café com ela.

Que a venda dos olhos da Justiça caia e com ela todas as impunidades cometidas para com os meninos da PERIFERIA.


Marcos Lopes