quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Renascer



Vejo lá longe uma luz, minhas pernas cansadas de tanto procurar o encontrável fraquejam no momento em que penso em me aproximar, meu coração sacoleja em meu peito e minha cabeça recebe uma pancada interna como se o Universo que sustenta toda a galáxia nela fosse aterrissar. Não consigo compreender a razão daquela luz estar ali, agora piscando, como se estivesse me chamando. Procuro entender as razões e as circunstancias que me puseram ali, mal consigo pronunciar meu nome, mas o seu não sai da minha cabeça, balbucio alguma coisa que nem meus ouvidos afinados conseguem ouvir, mas meu coração percebe que teu nome quer eclodir da minha garganta. Sinto um frio percorrer pelas minhas espinhas enquanto a luz, lá longe, fica a espreitar-me pela fresta que ela mesma inventou para me olhar, para me observar...
Sinto medo, percebo que o fim está perto ou o reinicio está longe demais para eu  crer que ainda há chances, sinto minha boca secar, se pudesse choraria, mas as lágrimas secaram tal qual um rio que perdera suas águas vibrantes  e o que lhe sobrou foram as rachaduras insensíveis do solo morto. Percebo-me caído, minhas mãos tremem e tenho dificuldades de leva-la ao peito para, assim, quem sabe, eu ainda consiga segurar o que de mais valioso resta em mim; o amor por você! A luz, ela ainda está lá, agora imóvel. Estou aprisionado em mim, ou em você, não sei. Gostaria de alcançar aquele brilho que puseram ali, queria alcançar a Luz que me olha... Espera, acho que agora é ela que está vindo em minha direção. Sim ela está vindo  ziguezagueando. Parece que desenha alguma coisa no chão, seu rastro é mágico... Ela está se aproximando, tenho medo, agora meu corpo treme e eu sinto que vou partir, é agora, é agora, é agora...
Sim, eu parti naquele momento, parti quando percebi que ficar jogado no chão esperando que aquela luz viesse me resgatar, viesse me dar vida só me colocaria mais perto da morte! Então levantei, foi por um fio, mas foi por te amar como amo que levantei, bati a poeira do corpo e olhei para o Céu, percebi que a luz para a qual eu olhava em nenhum momento estava a minha frente, mas a cima de mim. Meu coração batia, mas não por saber que você existiu em mim, mas porque eu existo em mim, eu existo em você, eu existo no Universo, meus olhos se marejaram e chorei, minhas lágrimas banharam minha alma rachada, de repente senti um estrondo na barriga, pensei que fosse fome até notar que flores brotavam do meu eu, não, na verdade eram jardins, pomares cujos frutos se chamavam vida, Nosce te ipsum (conheça-te  a ti mesmo) Renasça Fênix e voe, voe alto para que jamais seja visto como uma cobra que rasteja em busco do seu rato, renasça e vá ao encontro da felicidade, afinal, o Céu, para mim nunca foi e nem será o limite! 
Marcos Lopes 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Seguirei seguindo




As lágrimas do meu coração são reflexos do que veem meus Olhos
Chora, vai valer a Pena mesmo que não haja pena, vou lhe Escrever
Com tintas podres, porém, é assim que está meu sangue
Envenenado por sua ira, misturado com a saudade e filtrado por seu desdém. 

O que tem pra hoje é o mesmo de amanha; A companheira solidão enrolada no cobertor e comendo pipoca

Me soca! Arranca de mim o que ainda sobrou deste que vos escreve; as palavras. 
Joga na cara, pisa na alma, vê pra que serve.
Esquece, preciso viver, ir à Luta, sou filho de uma mãe, não de uma puta.
Talvez esteja nesta jornada, mais por uma disputa, diz puta, dez puta. 
Não importa, o que é bom renasce, me culpa.
Porém, seguirei seguindo seguro somente sozinho, como um navio naufragado. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cartão Postal

Prédios abandonados e ocupados por pessoas desnorteadas enfeitam o horizonte cinzento da selva de pedra. roupas coloridas, surradas pelo excesso de lavagem, penduradas nas janelas desenham uma enorme colcha de retalhos. Como uma bandeira amarrada no topo de um mastro de concreto, as roupas se sacolejam afastando a poeira para se misturar com o resto da poluição. portões  velhos pendurados por arames e sustentados por latas vazias não ameaçam as crianças que brincam despreocupadas por detrás das grades. enquanto os bares vendem cervejas, churrasco-gregos, cachaças , mulheres e adolescentes travam o combate para ver quem levará a melhor ao conquistar a carteira do velho barrigudo que limpara, com as costas da mão, o ultimo gole que lhe escorregou pelo bigode nojento. Por outro lado, pessoas surgem como zumbis andarilhando, sem consciência a canto algum, na esquina da Luz, os bichos, como retrataria Manuel Bandeiras caso visse aquela situação disputam, aos puxões, aos invés de alimentos, o cachimbo com  um minúsculo pedaço de crack. Dentro da Estação, sobre  a Plataforma, um homem magricela, com uma latinha de cerveja, observa atento a multidão que se acotovela para tomar o trem que já vai  lotado, homens mulheres e crianças competem como se estivessem numa corrida de jóquei sem regras por um assento vazio. Senhoras atropelam meninas, que atropelam homens, que pisoteiam crianças ainda no ventre. O homem sorri ao ser paquerado por mulheres que esforçam-se inutilmente para ser sexy trajando cacos de roupas de um lado para o outro, mulheres, senão todas elas, sua grande maioria, de idade variadas, com traços faciais baqueados pelo tempo ou sofrimento, de batons retocados e olhos pintados. Mulheres renegadas que vendem-se a troco de nada, as vezes com filhas pequenas, de colo, ainda com chupeta entre os lábios, pois como muitas vezes não tem com quem deixa-la a mãe, logo cedo a traz para aprender o ofício ou até mesmo vendê-la, caso alguém se interesse, o que não é raro.
chineses, peruanos, angolanos,  chilenos entre outras tribos, esbarram-se na contramão de uma calcada ocupada por camelôs que disputam, de igual para igual, com grandes lojas e vendem, sem preocupação, ate o    "Rapa" chegar, suas bojigangas; cds, pulseiras, relógios, tênis falsificados, bonés, carteiras, roupas, cartão postal da Estação da Luz. Esta é a fotografia atual da cidade mais rica do Brasil.

As vezes aqueles quem pede ajuda a outrem, é quem mais precisa de ajuda

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Um tal salve geral




Era Maio, Outono. Na verdade não faz diferença se é Outono, porque aqui na  quebrada a única mudança climática visível são as chuvas de Janeiro, que  inundam casas e destroem sonhos, além de móveis e vidas. Ou quando a polícia aparece arrebentando tudo que encontra pela frente, inclusive costela de negô
trabalhador e bolso de traficante besta que fica dando sopa.
Naquela madrugada o meu celular me acordou as três e vinte e cinco da manhã. Era o Cabeça convocando-me para uma reunião extraordinária. Anotei apressadamente o endereço, com uma caneta velha, na palma da mão, escolhi na gaveta de cuecas uma arma a esmo e quando me dei conta, tinha na cintura uma 357 cromada com cabo de borracha, com cinco janelas e oitos balas Rolling point no tambor, nem precisei levar reservas no bolso. Me desloquei da minha quebrada, para outro extremo da cidade sem, sequer, fazer a higiene matinal.
Levei cerca de uma hora e meia para chegar ao local combinado. No caminho, enquanto dirigia meu Wolks, lembrei-me da vida simples que levava no sertão; lá eu acordava cedo para ajudar meu pai cuidar da terra seca, tirava leite da vaca, fazia o queijo, caçava, com o Lambão, meu cachorro, o tatu para preparar o cozido e quando dava tempo ia à escola aprender o beabá. Lembrei que nas festas de São João eu me fartava, fosse das brincadeiras, das comidas, da simplicidade dos meus conterrâneos. Acordei daquele devaneio, após levar uma fechada de um taxista. Dirigi por mais um tempo, porém, não consegui mais me concentrar nos únicos mementos da minha vida no qual eu realmente fui feliz e quando me dei conta, estava no endereço. Permaneci alguns segundos dentro do carro, acendi um cigarro e após fazer o sinal da cruz, desci, fechando a porta cautelosamente.
As luzes dos postes que iluminavam as ruas estavam estouradas, os cachorros quietos. Ouvia-se lá longe o barulho dos ônibus, motos, carros rasgando a avenida para levar pessoas ao trabalho. A favela sinistra causava-me calafrios, o silêncio me deixava cabreiro. Dei um passo à frente e logo estava numa viela escura. Ainda na entrada, avistei um bando de homens com jaquetas, outros com gorros e
logo que me avistaram gritaram:
- Quem vem lá!
- Sou eu, Lambecosta
-Salve!
- Tá salvado – respondi enquanto dava aquela que, supostamente, seria a minha
última tragada.
Cumprimentei os manos, que assim como eu, estavam armados como se fossemos partir pra uma guerra. Fui apertando a mão de um por um, até aqueles com os quais não tinha muita afinidade, pois, a vida do crime não permite que você se desfaça de um irmão por uma treta mal resolvida. Após as boas vindas,
esperamos mais uma rapaziada chegar. Tinha muita gente, pessoas de muitos lugares da leste, da sul, da norte, da oeste, da baixada, do interior entre outros lugares dos quais nunca ouvi falar e ou imaginava que existia. De repente, entre os murmúrios ouvimos um pigarrear. A função aquietou-se, para o Cabeça desenrolar a idéia. Fiquei surpreso, até comigo mesmo, ao perceber o quanto éramos obedientes àquela liderança. Se no meu tempo de escola, os professores tivessem o respeito que aquele cara de cara redonda tinha, eu teria aprendido bem mais que manusear um fuzil, misturar drogas, assaltar... Iniciou-se a preleção. O Cabeça, com a emoção à flor da pele começou a nos explicar; Foi dado o aval para que revirássemos a Cidade de São Paulo de cabeça para baixo, que matássemos tudo que se mexesse, que não deixássemos nenhuma viatura sem perfuração, a ordem era que acabássemos com a Cidade e com todos os caras da lei, fossem na ativa ou não, corruptos ou não, jovens ou não, fardados ou não. De soslaio vi um camarada, atrasar o passo como se quisesse recuar, pensei em fazer a mesma coisa, porém, acho que todos pensaram em fazer a mesma coisa. O Cabeça "vestia a camisa do crime" e talvez percebendo que a rapaziada não estava preparada para ação, silenciou-se, passou a mão na cabeça, acendeu um cigarro e esbravejou:
- Cês tá com medo, mano? Tão com dó, destes caras – deu uma tragada no
cigarro enquanto analisava o efeito das suas palavras em nós e continuou – eles tiveram pena quando fizeram vocês engolir maconha? Tiveram compaixão da mãe de vocês quando levaram vocês pra cadeia e deixaram vocês dias comendo rango azedo, tiveram pena de seus filhos enquanto esculacharam vocês na frente deles,
quiseram saber da história de vida de vocês, quiseram saber porque entramos nesta vida, Porra, quantos de nós não trabalhava e formos forçados a assinar um B.O que não era nosso, quantos amigos inocentes não "subiram" na mão destes vermes, eles tiveram pena de alguém.

Olhei para o lado e vi alguns dos irmãos limpando os olhos, enquanto outros sacudiam a cabeça em sinal de apoio ao que o líder falava. Aquelas palavras penetraram no coração de alguns, outros, como eu iríamos para aquela guerra sem saber a real razão, acho que por não ter nada pra fazer da vida. Que vida?
A persuasão do Cabeça foi tão forte, em muitos ali presentes, que o colocaria na presidência da república caso ele saísse candidato por um destes partidos de gente imunda que vira puta em troca de alguns milhões.
A rapaziada, após a injeção de ódio, sacou seus revolveres, como cavaleiros medievais empunhavam as espadas e saiam à luta em defesa do Rei. Os contaminados pelo ódio puseram suas toucas, entram em seus carros, subiram em suas motos e partiram como soldados sem causa, pro ataque.
Na quebrada não existe Outono, mas naquele dia, mais de mil Flores caíram, umas assassinadas em confronto com a polícia; enquanto outras foram vítimas de execução sumária e outras de execução covarde. Outras simplesmente caíram porque estavam no lugar errado. Naquele dia de Maio, muitas folhas caíram em sepulturas de jovens, inocentes e não, no tumulo de pai de família. Muitas flores se misturaram com lágrimas de filhos, de viúvas, de esposas e que perderam seus maridos numa guerra de ninguém. Na quebrada as chuvas de Janeiro se antecederam e veio de surpresa inundar coração e destruir lares. Chuva de Sangue,
chuva de flores, chuva de lágrimas e o vento soprou as imundices do sistema misturadas às folhas de Outono, para debaixo do tapete. Naquele dia de Outono voltei pra minha terrinha, onde um dia, fui feliz de verdade.

PS: toda identificação, seja de quem for, contida neste texto não passará de mera coincidência.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Despedida


A despedida.
Por muitas e muitas vezes, durante todo o tempo em que estive errante pelas estradas desconexas da vida, que levava meus pensamentos a canto nenhum, cheguei a pensar se eu realmente era aquele monstro horripilante que todas as manhãs o espelho me mostrava. De repente, parado naquele ponto de ônibus, incomodando as pessoas com o cheiro desagradável do meu cigarro, eu percebi, que na verdade, eu estava procurando, o encontrável, no lugar errado, pois, a glória da felicidade estava no amor e na reciprocidade do carinho e afeto que eu não tinha comigo mesmo. Questionei-me, porém, então, seria eu feliz se você estivesse ao meu lado? Me dando aqueles carinhos fortalecedores, o colo de amiga que afaga e afoga as mágoas que a saudade emaranha em minhas entranhas? Não sei. Viver ou não, menina dos olhos serenos, é uma opção e não uma condição. Hoje eu vivo o que tenho para viver, para que antes de morrer, não tenha que implorar pelo último pedido, afinal, guerrear é o meu nome, proteger é a minha missão e a obra do Criador é perfeita e o amor retribuído é magnífico desde que o tenhamos conosco, primeiramente.  Foram muitas as vezes que parei diante aquela ponte e me imaginei sem você: deixar de viver foi a conclusão mais concreta que eu consegui chegar. Quanta vez me dera forças para lutar pelo o que sempre sonhei, mas quanta vez as tirara de mim também me dizendo que eu não era capaz?
As migalhas que rastejo-me para apanhar hoje, serão partes preciosas das ferramentas que construirei para dar o que comer à minha família amanhã, pois, ninguém constrói nada por cima, um alicerce solido é o que nos mantém em pé mediantes  aos terremotos da vida. Ainda parado no ponto de ônibus, descobri que a reflexão nos traz sabedoria. Não estou filosofando, nem nada, mas as vezes gostaria, que os meus pensamentos, não fossem para ninguém, cortantes como a navalha covarde que serra o pescoço do  justo em dia de labuta, que minhas atitudes , para com as pessoas, que agora lêem este sórdido pensamento, não tenham se tornado  suas alegrias em meios aos fios de sangue, pois, como ímpio morreria se fizesse-lhes tais coisas. Melhor do que fazer alguém feliz, é esforçar-se para mantê-lo feliz, não importando o quão distantes estejam os corpos, pois, o importante é o quanto as almas estão conectadas e o quanto os corações estão pulsando. Mas a saudade é corrosiva. Minha felicidade não está estática na ponta de um iceberg, mas na calda de uma estrela cadente.  Neste momento, enquanto a garoa fina estia, sinto meu corpo tremendo, a lágrima enroscando em minha garganta, sinto os meus olhos marejarem, porém, não quero chorar, talvez eu consiga segurar até mais tarde, afinal, pretendo fazer desta manhã solitária a mais radiante, dos passos tristes, a valsa mais linda, dos risos desolados, a composição musical mais perfeita, porque, enquanto alguns risos riem eu teimo em dançar a melodia solitária de um poeta triste. Perdoem-me, amigos, se as palavras vãs que aqui são proferidas, perfuram seus ouvidos, mas nesta manhã de sereno, minha alma chora e clama por um pedaço de papel rabiscado ou borrado de batom.
Perdoe-me, perdoe-me, perdoe-me, pela minha incapacidade de não conseguir ficar distante de você. A saudade , por vezes, aperta o meu coração tal qual uma morsa aperta  a barra de aço bem trabalhada e a distância cega meus olhos para que eu tenha a impressão de nunca tê-la visto antes em minha vida. Sou um bobo apaixonado cuja alma clama para voltar aos braços do Criador. Perdoe-me se a amo com toda a força do Universo e este sentimento tira-lhe o sossego. Não quero me comportar feito um cachorro em adestramento, mas como um homem que joga seu corpo diante um trem descarrilado chamado amor, em busca de um sonho chamado felicidades.

  Marcos Lopes.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Existe amor?



O que é o Amor? Perguntei-me, ao levantar e abrir, as três e vinte e duas da manhã, a janela para me livrar um pouco da fumaça do cigarro que empesteava meu quarto pequeno.  Uma melodia, que vinha do prédio vizinho, que, certamente fora usada como despertador, parecia também fazer a mesma pergunta: “Quem inventou o amor?” Dei mais um trago e arremessei o cigarro na grama umedecida pelo sereno que caía silenciosamente sob a noite inquieta. Sentei na cama e peguei um livro ao acaso em minha cabeceira e quando o abri, coincidentemente,um texto que dizia que; “O amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente”. Claro que se sente, dói, queima, deixa marcas mais profundas que qualquer instrumento bélico. Essa parada de amor é muito complicado mesmo. Não é possível sentir uma coisa que não se sabe explicar. Acendi, então a luz mais forte, coloquei os óculos e tentei encontrar no pequeno dicionário que guardo desde o tempo do colegial o significado. O dicionário dizia que o amor é “sentimento que se tem por uma pessoa com quem se deseja alcançar a união física ou afetiva”. Vago demais. É pouco, muito pouco, o amor não pode ser somente isso. Conter-me com esta explicação seria o mesmo que acreditar que Deus é um ser que come feijão e ovo acebolado. Deus, talvez estivesse ai a explicação! Então, peguei o telefone e liguei para um amigo evangélico, um exímio conhecedor da Palavra, sabia que ele estaria voltando de alguma vigília e tal... Mas ele estava dormindo, mesmo assim, me atendeu, como sempre, carinhosamente e disse que havia um texto que falava sobre o que era o amor. Peguei a bíblia no quarto da minha mãe que sempre ficava aberta no salmo 91 e procurei pelo Apóstolo Paulo que dizia “que o amor jamais acaba. Não procura interesses. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Dizia que o amor não se alegrava com a mentira mas se regozijava com a verdade. Já desesperado por tudo que estava acontecendo, eu abri novamente a janela e vi o céu azul estrelado e uma lua como nunca havia visto igual antes. Naquele momento de reflexão tosca quis acreditar que em algum lugar do mundo alguém também estava olhando para a Lua, procurando, ingenuamente, decifrar o enigma para a pergunta; “O que é o amor”?
Por um minuto eu poderia jurar que havia visto uma estrela-cadente rasgar o céu que teimava regar os jardins do mundo com o sereno leve e instigante. Lembrei-me de quando era criança ouvi alguém dizer que, quando se via algo como aquela estrela, poderíamos fazer um pedido, sabe qual foi o pedido que fiz?
Que Deus nunca me desse à resposta que estava procurando, pois, nós, seres humanos, temos o estranho hábito de não mais se importar com algo que julgávamos tão importante, quando sabemos o seu real significado. Voltei a dormir.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Vivendo um Grande Amor



Sua carinha é ótima. É tipo daquelas meninas de doze anos apaixonada, sabe?. É engraçado ver como o riso baila em seus lábios, deixa você ainda mais linda. Acho que é por isso que a cor de mel dos teus olhos abre espaço para um brilho indecifrável que revela, deste modo,o estado e a pureza de sua alma. , por exemplo; quando me você me abraça eu posso sentir o seu coração galopar em seu peito enquanto nossos corpos tremem no embalo de uma paixão fulminante e avassaladora. Seu rosto perde palidez ardendo numa espécie de múltiplos sentimentos e a cor púrpura, de um tom iluminado, pinta-lhe a alma de infinitas cores, o riso volta a valsar, alegremente, em seus lábios. Depois de todas essas percepções momentâneas eu começo a pensar que te amarei até os últimos dias da minha vida, pois, acredito eu, que, se um dia eu deixar de amá-la é porque não tenho mais motivos pra viver esta vida.
Aprendi, durante esses anos, que tudo no mundo está em nosso  alcance depende de quanto nos esforçamos para ter o que desejamos. Ah, menina pequena que suja meu rosto de maquiagem, estou agora escrevendo este texto torpe, mas, enquanto o estiver lendo, deitada sobre está cama gelada, pedirei a Deus que sopre nas asas do vento veloz o seu intimo e mais profundo pensamento, para que assim, meu colo e o meu coração possam ser preenchidos com a mais ilustre presença deste ser iluminado que és tu, a mais graciosa do universo, afinal, espero que os sonhos se despertem, o passado se aproxime , que a Senhora Lua venha beijar o solo ao qual seus pés apóiam o seu corpo santo para que algum dia, mesmo sendo o pecador que sou minhas mãos calejadas possam tocar o vento delicado que, delicadamente, sopra-lhe para longe de mim... Pois então venha vento ordinário, ao menos uma vez em minha vida, conspire ao meu favor, porque não dá pra viver essa vida sem viver um grande amor.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Elementos vitais



Perdoe-me por não ser o melhor homem do mundo, mas saiba que estou lutando com todas as forças, enquanto cai por terra o egoísmo e o machismo, para ser o melhor homem pra você, mas sinto que ainda sou nesta história de amor apenas um coadjuvante em busca de um espaço, minúsculo que seja. Não sou incrível mas se um dia o for, será somente por causa de você, mudarei e me prepararei por você. Não tenha medo, estarei segurando em suas mãos em todos os momentos de sua vida, basta você permitir que este medo seja transformado em vontade de querer ficar mais e mais ao meu lado. Viva intensamente cada momento, porque, embora cada beijo, cada sorriso, cada abraço pareça sempre o mesmo, a pessoa que está ao seu lado segurando suas mãos é única, assim como este momento. Te quero mais que tudo. Não sei o que é amor, não sei qual o gosto que ele tem ou o que ele é capaz de provocar nas pessoas, nunca disse a ninguém “eu te amo” exceto quando treinava naquelas frias folhas de papeis jogada ali naquele canto da sala, mas se um dia eu pudesse arriscar eu diria que amor é isso que estou sentindo e que talvez fosse você a única garota do mundo para quem eu gostaria de dizer tais palavras, porém, mesmo assim não valeria de nada porque não é na intensidade que você diz “ eu te amo” que demonstra o tamanho do seu amor, mas pela nobreza de nossas atitudes. O que sinto por você não é um sentimento pecaminoso e cruel, mas inocente e verdadeiro. Acreditar que ainda existe um amor puro assim significa que ainda pode largar tudo que está fazendo agora e vivê-lo, ou viver na eterna incerteza de que se valeria a pena vivê-lo Tudo pode ser como você quer que seja, basta você querer que seja.
Peço que me deixe cuidar de você, assim, nunca mais voltará a dizer que está com frio, pois, caso lhe falte o cobertor, desfiarei minha pele cansada e farei-lhe um cobertor para que lhe aqueça. Jamais alguém verá lágrimas saltar dos seus olhos novamente porque irei protegê-la contra as pessoas más. Nunca mais se sentirá sozinha visto que mesmo distante estarei ao seu lado. Deixa eu cuidar de você e me tornar o seu escuto, que tudo suportará para que você não mais sinta dor. Quero cuidar de você para que nunca mais se sinta triste, porque, passe o tempo que passar, eu sempre serei este bobo apaixonado que nasceu única e exclusivamente para lhe fazer a mulher mais feliz do mundo... Sinta-se protegida e beijada, menininha, pois, enquanto você dormia, eu incumbi o vento de levar até você o mais doce beijo, acompanhado do mais fraterno e apaixonado abraço que o mundo já testemunhou desde que o mundo é mundo. Caso um dia eu volte e tente te empurrar da cama saiba que não foi por maldade mas porque eu desejei que se agarrasse ainda com mais força em mim, afinal, após termos tido uma noite mágica de amor e carinho, não poderia meu dia ser melhor. Você tem mágica! Você é a Mulher Mais Linda do Mundo e eu tenho muita sorte , por, mesmo que inconstantemente, tê-la por perto, porque você não é somente um alguém importante em minha vida, você é a minha vida é a tradução, para mim, do que é a verdadeira felicidade... Viver momentos apaixonantes com você é querer vivê-los a todo instantes e o melhor disso tudo é saber que a recíproca passional é verdadeira e contínua. Se todas as manhãs da minha vida eu lhe tiver ao meu lado, os elementos naturais como o sol, o sereno, a neblina e os cantos melodiosos dos pássaros serão desnecessários , pois, você hoje é todo o elemento que eu preciso para me manter vivo
Marcos Lopes

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

À Menina Mais Linda do Mundo


Esperarei mais ou menos 40 ou 60 anos, não me importo quanto tempo vai passar, pois imagino que a minha vida seria pior se você não existisse, se eu não a conhecesse, talvez tivesse deixado passar “batido” a minha vez de vim ao Mundo, case-se comigo em 10 anos.  Ou você acha que até lá eu estarei velho demais? Se ainda você estive apaixonada eu estarei, embora ancião,  de braços e coração abertos te esperando. Torne este dia especial pra mim! Não quero, em nenhum momento da minha vida, ter que implorar para que os ponteiros preguiçosos do relógio caminhem o mais rápido, mas que corram, se possível, para ao entardecer eu sentir o cheiro mais gostoso do mundo; o seu, pois, não quero acordar todos os dias com o ritmo acelerado desta cidade aligeirada. Você é linda! Mas também não me importo o quão rápido o tempo passe, pois, acredito piamente, que, enquanto as forças do meu pensamento estiverem pulsando  gotas de saudades, todos os caminhos que trilhar, trará você até mim, todas as pessoas que encontrar farão você lembrar, por algum motivo, de mim e todas as músicas que ouvir, dirão coisas que um dia eu lhe disse! Hey, ta feliz? Se não tiver fique, pois, o sol somente mostrou o ar da sua graça para contemplar um pouco a sua beleza, mesmo de longe. Que Deus seja o apanhador dos seus sonhos e que tu possas sentir o calor que, dizem ter o amor, queimar-lhe a sua pele macia... Que nesta noite seus sonhos mais secretos se concretizem mesmo que em sonhos. Que ao amanhecer, teu riso seja o motivo do brilhar radiante do sol. 
Ah! Como eu queria um dia ser forte para desenterrar este sentimento que adormecera quase sucumbindo em minhas entranhas, transformando-me, durante muito tempo um ser sem coração. Quem sabe um dia eu poderei ser forte e baixar a guarda que desde muito levantei para me defender das pessoas que queriam me ferir. Quero viver este ‘romance’ sem promessas, sem cobranças, sem esperar nada em troca, viver gratuitamente como se fossemos os últimos seres da terra em busca do desconhecido, para que se  um dia nos distanciarmos eu saber que teria sido desnecessário viver esta vida sem ter lhe beijado, lhe abraçado, sentido o seu cheiro e seus lábios, não teria nenhum sentido. Agora eu entendo quando dizem  "só acaba quando acaba". Que loucura! Mas não quero decifrar as coisas que não aconteceram ainda, mas quero entender o processo que terei que passar para chegar a vida que sempre quis ter... Muito bom seria se pudéssemos namorar sob as gostosas sombras de uma copa cheirosa e vibrante, isso sim seria bom! Ver o tempo rastejar pelos cantos do relógio nos implorando para deixá-lo passar. Bom mesmo seria se nos encontrássemos neste momento e deixássemos este sentimento voraz que nos consome falar por si só o que seria muito bom...
Existem inúmeros momentos que além de classificá-los podemos resumi-lo em só uma palavra, mas estes que passei com você eu precisaria de um dicionário de um milhão de verbetes. Casa-se comigo em 10 anos?

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Renascer



Vejo lá longe uma luz, minhas pernas cansadas de tanto procurar o encontrável fraquejam no momento em que penso em me aproximar, meu coração sacoleja em meu peito e minha cabeça recebe uma pancada interna como se o Universo que sustenta toda a galáxia nela fosse aterrissar. Não consigo compreender a razão daquela luz estar ali, agora piscando, como se estivesse me chamando. Procuro entender as razões e as circunstancias que me puseram ali, mal consigo pronunciar meu nome, mas o seu não sai da minha cabeça, balbucio alguma coisa que nem meus ouvidos afinados conseguem ouvir, mas meu coração percebe que teu nome quer eclodir da minha garganta. Sinto um frio percorrer pelas minhas espinhas enquanto a luz, lá longe, fica a espreitar-me pela fresta que ela mesma inventou para me olhar, para me observar...
Sinto medo, percebo que o fim está perto ou o reinicio está longe demais para eu  crer que ainda há chances, sinto minha boca secar, se pudesse choraria, mas as lágrimas secaram tal qual um rio que perdera suas águas vibrantes  e o que lhe sobrou foram as rachaduras insensíveis do solo morto. Percebo-me caído, minhas mãos tremem e tenho dificuldades de leva-la ao peito para, assim, quem sabe, eu ainda consiga segurar o que de mais valioso resta em mim; o amor por você! A luz, ela ainda está lá, agora imóvel. Estou aprisionado em mim, ou em você, não sei. Gostaria de alcançar aquele brilho que puseram ali, queria alcançar a Luz que me olha... Espera, acho que agora é ela que está vindo em minha direção. Sim ela está vindo  ziguezagueando. Parece que desenha alguma coisa no chão, seu rastro é mágico... Ela está se aproximando, tenho medo, agora meu corpo treme e eu sinto que vou partir, é agora, é agora, é agora...
Sim, eu parti naquele momento, parti quando percebi que ficar jogado no chão esperando que aquela luz viesse me resgatar, viesse me dar vida só me colocaria mais perto da morte! Então levantei, foi por um fio, mas foi por te amar como amo que levantei, bati a poeira do corpo e olhei para o Céu, percebi que a luz para a qual eu olhava em nenhum momento estava a minha frente, mas a cima de mim. Meu coração batia, mas não por saber que você existiu em mim, mas porque eu existo em mim, eu existo em você, eu existo no Universo, meus olhos se marejaram e chorei, minhas lágrimas banharam minha alma rachada, de repente senti um estrondo na barriga, pensei que fosse fome até notar que flores brotavam do meu eu, não, na verdade eram jardins, pomares cujos frutos se chamavam vida, Nosce te ipsum (conheça-te  a ti mesmo) Renasça Fênix e voe, voe alto para que jamais seja visto como uma cobra que rasteja em busco do seu rato, renasça e vá ao encontro da felicidade, afinal, o Céu, para mim nunca foi e nem será o limite! 
Marcos Lopes 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Seguirei seguindo




As lágrimas do meu coração são reflexos do que veem meus Olhos
Chora, vai valer a Pena mesmo que não haja pena, vou lhe Escrever
Com tintas podres, porém, é assim que está meu sangue
Envenenado por sua ira, misturado com a saudade e filtrado por seu desdém. 

O que tem pra hoje é o mesmo de amanha; A companheira solidão enrolada no cobertor e comendo pipoca

Me soca! Arranca de mim o que ainda sobrou deste que vos escreve; as palavras. 
Joga na cara, pisa na alma, vê pra que serve.
Esquece, preciso viver, ir à Luta, sou filho de uma mãe, não de uma puta.
Talvez esteja nesta jornada, mais por uma disputa, diz puta, dez puta. 
Não importa, o que é bom renasce, me culpa.
Porém, seguirei seguindo seguro somente sozinho, como um navio naufragado. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cartão Postal

Prédios abandonados e ocupados por pessoas desnorteadas enfeitam o horizonte cinzento da selva de pedra. roupas coloridas, surradas pelo excesso de lavagem, penduradas nas janelas desenham uma enorme colcha de retalhos. Como uma bandeira amarrada no topo de um mastro de concreto, as roupas se sacolejam afastando a poeira para se misturar com o resto da poluição. portões  velhos pendurados por arames e sustentados por latas vazias não ameaçam as crianças que brincam despreocupadas por detrás das grades. enquanto os bares vendem cervejas, churrasco-gregos, cachaças , mulheres e adolescentes travam o combate para ver quem levará a melhor ao conquistar a carteira do velho barrigudo que limpara, com as costas da mão, o ultimo gole que lhe escorregou pelo bigode nojento. Por outro lado, pessoas surgem como zumbis andarilhando, sem consciência a canto algum, na esquina da Luz, os bichos, como retrataria Manuel Bandeiras caso visse aquela situação disputam, aos puxões, aos invés de alimentos, o cachimbo com  um minúsculo pedaço de crack. Dentro da Estação, sobre  a Plataforma, um homem magricela, com uma latinha de cerveja, observa atento a multidão que se acotovela para tomar o trem que já vai  lotado, homens mulheres e crianças competem como se estivessem numa corrida de jóquei sem regras por um assento vazio. Senhoras atropelam meninas, que atropelam homens, que pisoteiam crianças ainda no ventre. O homem sorri ao ser paquerado por mulheres que esforçam-se inutilmente para ser sexy trajando cacos de roupas de um lado para o outro, mulheres, senão todas elas, sua grande maioria, de idade variadas, com traços faciais baqueados pelo tempo ou sofrimento, de batons retocados e olhos pintados. Mulheres renegadas que vendem-se a troco de nada, as vezes com filhas pequenas, de colo, ainda com chupeta entre os lábios, pois como muitas vezes não tem com quem deixa-la a mãe, logo cedo a traz para aprender o ofício ou até mesmo vendê-la, caso alguém se interesse, o que não é raro.
chineses, peruanos, angolanos,  chilenos entre outras tribos, esbarram-se na contramão de uma calcada ocupada por camelôs que disputam, de igual para igual, com grandes lojas e vendem, sem preocupação, ate o    "Rapa" chegar, suas bojigangas; cds, pulseiras, relógios, tênis falsificados, bonés, carteiras, roupas, cartão postal da Estação da Luz. Esta é a fotografia atual da cidade mais rica do Brasil.

As vezes aqueles quem pede ajuda a outrem, é quem mais precisa de ajuda

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Um tal salve geral




Era Maio, Outono. Na verdade não faz diferença se é Outono, porque aqui na  quebrada a única mudança climática visível são as chuvas de Janeiro, que  inundam casas e destroem sonhos, além de móveis e vidas. Ou quando a polícia aparece arrebentando tudo que encontra pela frente, inclusive costela de negô
trabalhador e bolso de traficante besta que fica dando sopa.
Naquela madrugada o meu celular me acordou as três e vinte e cinco da manhã. Era o Cabeça convocando-me para uma reunião extraordinária. Anotei apressadamente o endereço, com uma caneta velha, na palma da mão, escolhi na gaveta de cuecas uma arma a esmo e quando me dei conta, tinha na cintura uma 357 cromada com cabo de borracha, com cinco janelas e oitos balas Rolling point no tambor, nem precisei levar reservas no bolso. Me desloquei da minha quebrada, para outro extremo da cidade sem, sequer, fazer a higiene matinal.
Levei cerca de uma hora e meia para chegar ao local combinado. No caminho, enquanto dirigia meu Wolks, lembrei-me da vida simples que levava no sertão; lá eu acordava cedo para ajudar meu pai cuidar da terra seca, tirava leite da vaca, fazia o queijo, caçava, com o Lambão, meu cachorro, o tatu para preparar o cozido e quando dava tempo ia à escola aprender o beabá. Lembrei que nas festas de São João eu me fartava, fosse das brincadeiras, das comidas, da simplicidade dos meus conterrâneos. Acordei daquele devaneio, após levar uma fechada de um taxista. Dirigi por mais um tempo, porém, não consegui mais me concentrar nos únicos mementos da minha vida no qual eu realmente fui feliz e quando me dei conta, estava no endereço. Permaneci alguns segundos dentro do carro, acendi um cigarro e após fazer o sinal da cruz, desci, fechando a porta cautelosamente.
As luzes dos postes que iluminavam as ruas estavam estouradas, os cachorros quietos. Ouvia-se lá longe o barulho dos ônibus, motos, carros rasgando a avenida para levar pessoas ao trabalho. A favela sinistra causava-me calafrios, o silêncio me deixava cabreiro. Dei um passo à frente e logo estava numa viela escura. Ainda na entrada, avistei um bando de homens com jaquetas, outros com gorros e
logo que me avistaram gritaram:
- Quem vem lá!
- Sou eu, Lambecosta
-Salve!
- Tá salvado – respondi enquanto dava aquela que, supostamente, seria a minha
última tragada.
Cumprimentei os manos, que assim como eu, estavam armados como se fossemos partir pra uma guerra. Fui apertando a mão de um por um, até aqueles com os quais não tinha muita afinidade, pois, a vida do crime não permite que você se desfaça de um irmão por uma treta mal resolvida. Após as boas vindas,
esperamos mais uma rapaziada chegar. Tinha muita gente, pessoas de muitos lugares da leste, da sul, da norte, da oeste, da baixada, do interior entre outros lugares dos quais nunca ouvi falar e ou imaginava que existia. De repente, entre os murmúrios ouvimos um pigarrear. A função aquietou-se, para o Cabeça desenrolar a idéia. Fiquei surpreso, até comigo mesmo, ao perceber o quanto éramos obedientes àquela liderança. Se no meu tempo de escola, os professores tivessem o respeito que aquele cara de cara redonda tinha, eu teria aprendido bem mais que manusear um fuzil, misturar drogas, assaltar... Iniciou-se a preleção. O Cabeça, com a emoção à flor da pele começou a nos explicar; Foi dado o aval para que revirássemos a Cidade de São Paulo de cabeça para baixo, que matássemos tudo que se mexesse, que não deixássemos nenhuma viatura sem perfuração, a ordem era que acabássemos com a Cidade e com todos os caras da lei, fossem na ativa ou não, corruptos ou não, jovens ou não, fardados ou não. De soslaio vi um camarada, atrasar o passo como se quisesse recuar, pensei em fazer a mesma coisa, porém, acho que todos pensaram em fazer a mesma coisa. O Cabeça "vestia a camisa do crime" e talvez percebendo que a rapaziada não estava preparada para ação, silenciou-se, passou a mão na cabeça, acendeu um cigarro e esbravejou:
- Cês tá com medo, mano? Tão com dó, destes caras – deu uma tragada no
cigarro enquanto analisava o efeito das suas palavras em nós e continuou – eles tiveram pena quando fizeram vocês engolir maconha? Tiveram compaixão da mãe de vocês quando levaram vocês pra cadeia e deixaram vocês dias comendo rango azedo, tiveram pena de seus filhos enquanto esculacharam vocês na frente deles,
quiseram saber da história de vida de vocês, quiseram saber porque entramos nesta vida, Porra, quantos de nós não trabalhava e formos forçados a assinar um B.O que não era nosso, quantos amigos inocentes não "subiram" na mão destes vermes, eles tiveram pena de alguém.

Olhei para o lado e vi alguns dos irmãos limpando os olhos, enquanto outros sacudiam a cabeça em sinal de apoio ao que o líder falava. Aquelas palavras penetraram no coração de alguns, outros, como eu iríamos para aquela guerra sem saber a real razão, acho que por não ter nada pra fazer da vida. Que vida?
A persuasão do Cabeça foi tão forte, em muitos ali presentes, que o colocaria na presidência da república caso ele saísse candidato por um destes partidos de gente imunda que vira puta em troca de alguns milhões.
A rapaziada, após a injeção de ódio, sacou seus revolveres, como cavaleiros medievais empunhavam as espadas e saiam à luta em defesa do Rei. Os contaminados pelo ódio puseram suas toucas, entram em seus carros, subiram em suas motos e partiram como soldados sem causa, pro ataque.
Na quebrada não existe Outono, mas naquele dia, mais de mil Flores caíram, umas assassinadas em confronto com a polícia; enquanto outras foram vítimas de execução sumária e outras de execução covarde. Outras simplesmente caíram porque estavam no lugar errado. Naquele dia de Maio, muitas folhas caíram em sepulturas de jovens, inocentes e não, no tumulo de pai de família. Muitas flores se misturaram com lágrimas de filhos, de viúvas, de esposas e que perderam seus maridos numa guerra de ninguém. Na quebrada as chuvas de Janeiro se antecederam e veio de surpresa inundar coração e destruir lares. Chuva de Sangue,
chuva de flores, chuva de lágrimas e o vento soprou as imundices do sistema misturadas às folhas de Outono, para debaixo do tapete. Naquele dia de Outono voltei pra minha terrinha, onde um dia, fui feliz de verdade.

PS: toda identificação, seja de quem for, contida neste texto não passará de mera coincidência.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Despedida


A despedida.
Por muitas e muitas vezes, durante todo o tempo em que estive errante pelas estradas desconexas da vida, que levava meus pensamentos a canto nenhum, cheguei a pensar se eu realmente era aquele monstro horripilante que todas as manhãs o espelho me mostrava. De repente, parado naquele ponto de ônibus, incomodando as pessoas com o cheiro desagradável do meu cigarro, eu percebi, que na verdade, eu estava procurando, o encontrável, no lugar errado, pois, a glória da felicidade estava no amor e na reciprocidade do carinho e afeto que eu não tinha comigo mesmo. Questionei-me, porém, então, seria eu feliz se você estivesse ao meu lado? Me dando aqueles carinhos fortalecedores, o colo de amiga que afaga e afoga as mágoas que a saudade emaranha em minhas entranhas? Não sei. Viver ou não, menina dos olhos serenos, é uma opção e não uma condição. Hoje eu vivo o que tenho para viver, para que antes de morrer, não tenha que implorar pelo último pedido, afinal, guerrear é o meu nome, proteger é a minha missão e a obra do Criador é perfeita e o amor retribuído é magnífico desde que o tenhamos conosco, primeiramente.  Foram muitas as vezes que parei diante aquela ponte e me imaginei sem você: deixar de viver foi a conclusão mais concreta que eu consegui chegar. Quanta vez me dera forças para lutar pelo o que sempre sonhei, mas quanta vez as tirara de mim também me dizendo que eu não era capaz?
As migalhas que rastejo-me para apanhar hoje, serão partes preciosas das ferramentas que construirei para dar o que comer à minha família amanhã, pois, ninguém constrói nada por cima, um alicerce solido é o que nos mantém em pé mediantes  aos terremotos da vida. Ainda parado no ponto de ônibus, descobri que a reflexão nos traz sabedoria. Não estou filosofando, nem nada, mas as vezes gostaria, que os meus pensamentos, não fossem para ninguém, cortantes como a navalha covarde que serra o pescoço do  justo em dia de labuta, que minhas atitudes , para com as pessoas, que agora lêem este sórdido pensamento, não tenham se tornado  suas alegrias em meios aos fios de sangue, pois, como ímpio morreria se fizesse-lhes tais coisas. Melhor do que fazer alguém feliz, é esforçar-se para mantê-lo feliz, não importando o quão distantes estejam os corpos, pois, o importante é o quanto as almas estão conectadas e o quanto os corações estão pulsando. Mas a saudade é corrosiva. Minha felicidade não está estática na ponta de um iceberg, mas na calda de uma estrela cadente.  Neste momento, enquanto a garoa fina estia, sinto meu corpo tremendo, a lágrima enroscando em minha garganta, sinto os meus olhos marejarem, porém, não quero chorar, talvez eu consiga segurar até mais tarde, afinal, pretendo fazer desta manhã solitária a mais radiante, dos passos tristes, a valsa mais linda, dos risos desolados, a composição musical mais perfeita, porque, enquanto alguns risos riem eu teimo em dançar a melodia solitária de um poeta triste. Perdoem-me, amigos, se as palavras vãs que aqui são proferidas, perfuram seus ouvidos, mas nesta manhã de sereno, minha alma chora e clama por um pedaço de papel rabiscado ou borrado de batom.
Perdoe-me, perdoe-me, perdoe-me, pela minha incapacidade de não conseguir ficar distante de você. A saudade , por vezes, aperta o meu coração tal qual uma morsa aperta  a barra de aço bem trabalhada e a distância cega meus olhos para que eu tenha a impressão de nunca tê-la visto antes em minha vida. Sou um bobo apaixonado cuja alma clama para voltar aos braços do Criador. Perdoe-me se a amo com toda a força do Universo e este sentimento tira-lhe o sossego. Não quero me comportar feito um cachorro em adestramento, mas como um homem que joga seu corpo diante um trem descarrilado chamado amor, em busca de um sonho chamado felicidades.

  Marcos Lopes.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Existe amor?



O que é o Amor? Perguntei-me, ao levantar e abrir, as três e vinte e duas da manhã, a janela para me livrar um pouco da fumaça do cigarro que empesteava meu quarto pequeno.  Uma melodia, que vinha do prédio vizinho, que, certamente fora usada como despertador, parecia também fazer a mesma pergunta: “Quem inventou o amor?” Dei mais um trago e arremessei o cigarro na grama umedecida pelo sereno que caía silenciosamente sob a noite inquieta. Sentei na cama e peguei um livro ao acaso em minha cabeceira e quando o abri, coincidentemente,um texto que dizia que; “O amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente”. Claro que se sente, dói, queima, deixa marcas mais profundas que qualquer instrumento bélico. Essa parada de amor é muito complicado mesmo. Não é possível sentir uma coisa que não se sabe explicar. Acendi, então a luz mais forte, coloquei os óculos e tentei encontrar no pequeno dicionário que guardo desde o tempo do colegial o significado. O dicionário dizia que o amor é “sentimento que se tem por uma pessoa com quem se deseja alcançar a união física ou afetiva”. Vago demais. É pouco, muito pouco, o amor não pode ser somente isso. Conter-me com esta explicação seria o mesmo que acreditar que Deus é um ser que come feijão e ovo acebolado. Deus, talvez estivesse ai a explicação! Então, peguei o telefone e liguei para um amigo evangélico, um exímio conhecedor da Palavra, sabia que ele estaria voltando de alguma vigília e tal... Mas ele estava dormindo, mesmo assim, me atendeu, como sempre, carinhosamente e disse que havia um texto que falava sobre o que era o amor. Peguei a bíblia no quarto da minha mãe que sempre ficava aberta no salmo 91 e procurei pelo Apóstolo Paulo que dizia “que o amor jamais acaba. Não procura interesses. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Dizia que o amor não se alegrava com a mentira mas se regozijava com a verdade. Já desesperado por tudo que estava acontecendo, eu abri novamente a janela e vi o céu azul estrelado e uma lua como nunca havia visto igual antes. Naquele momento de reflexão tosca quis acreditar que em algum lugar do mundo alguém também estava olhando para a Lua, procurando, ingenuamente, decifrar o enigma para a pergunta; “O que é o amor”?
Por um minuto eu poderia jurar que havia visto uma estrela-cadente rasgar o céu que teimava regar os jardins do mundo com o sereno leve e instigante. Lembrei-me de quando era criança ouvi alguém dizer que, quando se via algo como aquela estrela, poderíamos fazer um pedido, sabe qual foi o pedido que fiz?
Que Deus nunca me desse à resposta que estava procurando, pois, nós, seres humanos, temos o estranho hábito de não mais se importar com algo que julgávamos tão importante, quando sabemos o seu real significado. Voltei a dormir.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Vivendo um Grande Amor



Sua carinha é ótima. É tipo daquelas meninas de doze anos apaixonada, sabe?. É engraçado ver como o riso baila em seus lábios, deixa você ainda mais linda. Acho que é por isso que a cor de mel dos teus olhos abre espaço para um brilho indecifrável que revela, deste modo,o estado e a pureza de sua alma. , por exemplo; quando me você me abraça eu posso sentir o seu coração galopar em seu peito enquanto nossos corpos tremem no embalo de uma paixão fulminante e avassaladora. Seu rosto perde palidez ardendo numa espécie de múltiplos sentimentos e a cor púrpura, de um tom iluminado, pinta-lhe a alma de infinitas cores, o riso volta a valsar, alegremente, em seus lábios. Depois de todas essas percepções momentâneas eu começo a pensar que te amarei até os últimos dias da minha vida, pois, acredito eu, que, se um dia eu deixar de amá-la é porque não tenho mais motivos pra viver esta vida.
Aprendi, durante esses anos, que tudo no mundo está em nosso  alcance depende de quanto nos esforçamos para ter o que desejamos. Ah, menina pequena que suja meu rosto de maquiagem, estou agora escrevendo este texto torpe, mas, enquanto o estiver lendo, deitada sobre está cama gelada, pedirei a Deus que sopre nas asas do vento veloz o seu intimo e mais profundo pensamento, para que assim, meu colo e o meu coração possam ser preenchidos com a mais ilustre presença deste ser iluminado que és tu, a mais graciosa do universo, afinal, espero que os sonhos se despertem, o passado se aproxime , que a Senhora Lua venha beijar o solo ao qual seus pés apóiam o seu corpo santo para que algum dia, mesmo sendo o pecador que sou minhas mãos calejadas possam tocar o vento delicado que, delicadamente, sopra-lhe para longe de mim... Pois então venha vento ordinário, ao menos uma vez em minha vida, conspire ao meu favor, porque não dá pra viver essa vida sem viver um grande amor.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Elementos vitais



Perdoe-me por não ser o melhor homem do mundo, mas saiba que estou lutando com todas as forças, enquanto cai por terra o egoísmo e o machismo, para ser o melhor homem pra você, mas sinto que ainda sou nesta história de amor apenas um coadjuvante em busca de um espaço, minúsculo que seja. Não sou incrível mas se um dia o for, será somente por causa de você, mudarei e me prepararei por você. Não tenha medo, estarei segurando em suas mãos em todos os momentos de sua vida, basta você permitir que este medo seja transformado em vontade de querer ficar mais e mais ao meu lado. Viva intensamente cada momento, porque, embora cada beijo, cada sorriso, cada abraço pareça sempre o mesmo, a pessoa que está ao seu lado segurando suas mãos é única, assim como este momento. Te quero mais que tudo. Não sei o que é amor, não sei qual o gosto que ele tem ou o que ele é capaz de provocar nas pessoas, nunca disse a ninguém “eu te amo” exceto quando treinava naquelas frias folhas de papeis jogada ali naquele canto da sala, mas se um dia eu pudesse arriscar eu diria que amor é isso que estou sentindo e que talvez fosse você a única garota do mundo para quem eu gostaria de dizer tais palavras, porém, mesmo assim não valeria de nada porque não é na intensidade que você diz “ eu te amo” que demonstra o tamanho do seu amor, mas pela nobreza de nossas atitudes. O que sinto por você não é um sentimento pecaminoso e cruel, mas inocente e verdadeiro. Acreditar que ainda existe um amor puro assim significa que ainda pode largar tudo que está fazendo agora e vivê-lo, ou viver na eterna incerteza de que se valeria a pena vivê-lo Tudo pode ser como você quer que seja, basta você querer que seja.
Peço que me deixe cuidar de você, assim, nunca mais voltará a dizer que está com frio, pois, caso lhe falte o cobertor, desfiarei minha pele cansada e farei-lhe um cobertor para que lhe aqueça. Jamais alguém verá lágrimas saltar dos seus olhos novamente porque irei protegê-la contra as pessoas más. Nunca mais se sentirá sozinha visto que mesmo distante estarei ao seu lado. Deixa eu cuidar de você e me tornar o seu escuto, que tudo suportará para que você não mais sinta dor. Quero cuidar de você para que nunca mais se sinta triste, porque, passe o tempo que passar, eu sempre serei este bobo apaixonado que nasceu única e exclusivamente para lhe fazer a mulher mais feliz do mundo... Sinta-se protegida e beijada, menininha, pois, enquanto você dormia, eu incumbi o vento de levar até você o mais doce beijo, acompanhado do mais fraterno e apaixonado abraço que o mundo já testemunhou desde que o mundo é mundo. Caso um dia eu volte e tente te empurrar da cama saiba que não foi por maldade mas porque eu desejei que se agarrasse ainda com mais força em mim, afinal, após termos tido uma noite mágica de amor e carinho, não poderia meu dia ser melhor. Você tem mágica! Você é a Mulher Mais Linda do Mundo e eu tenho muita sorte , por, mesmo que inconstantemente, tê-la por perto, porque você não é somente um alguém importante em minha vida, você é a minha vida é a tradução, para mim, do que é a verdadeira felicidade... Viver momentos apaixonantes com você é querer vivê-los a todo instantes e o melhor disso tudo é saber que a recíproca passional é verdadeira e contínua. Se todas as manhãs da minha vida eu lhe tiver ao meu lado, os elementos naturais como o sol, o sereno, a neblina e os cantos melodiosos dos pássaros serão desnecessários , pois, você hoje é todo o elemento que eu preciso para me manter vivo
Marcos Lopes

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

À Menina Mais Linda do Mundo


Esperarei mais ou menos 40 ou 60 anos, não me importo quanto tempo vai passar, pois imagino que a minha vida seria pior se você não existisse, se eu não a conhecesse, talvez tivesse deixado passar “batido” a minha vez de vim ao Mundo, case-se comigo em 10 anos.  Ou você acha que até lá eu estarei velho demais? Se ainda você estive apaixonada eu estarei, embora ancião,  de braços e coração abertos te esperando. Torne este dia especial pra mim! Não quero, em nenhum momento da minha vida, ter que implorar para que os ponteiros preguiçosos do relógio caminhem o mais rápido, mas que corram, se possível, para ao entardecer eu sentir o cheiro mais gostoso do mundo; o seu, pois, não quero acordar todos os dias com o ritmo acelerado desta cidade aligeirada. Você é linda! Mas também não me importo o quão rápido o tempo passe, pois, acredito piamente, que, enquanto as forças do meu pensamento estiverem pulsando  gotas de saudades, todos os caminhos que trilhar, trará você até mim, todas as pessoas que encontrar farão você lembrar, por algum motivo, de mim e todas as músicas que ouvir, dirão coisas que um dia eu lhe disse! Hey, ta feliz? Se não tiver fique, pois, o sol somente mostrou o ar da sua graça para contemplar um pouco a sua beleza, mesmo de longe. Que Deus seja o apanhador dos seus sonhos e que tu possas sentir o calor que, dizem ter o amor, queimar-lhe a sua pele macia... Que nesta noite seus sonhos mais secretos se concretizem mesmo que em sonhos. Que ao amanhecer, teu riso seja o motivo do brilhar radiante do sol. 
Ah! Como eu queria um dia ser forte para desenterrar este sentimento que adormecera quase sucumbindo em minhas entranhas, transformando-me, durante muito tempo um ser sem coração. Quem sabe um dia eu poderei ser forte e baixar a guarda que desde muito levantei para me defender das pessoas que queriam me ferir. Quero viver este ‘romance’ sem promessas, sem cobranças, sem esperar nada em troca, viver gratuitamente como se fossemos os últimos seres da terra em busca do desconhecido, para que se  um dia nos distanciarmos eu saber que teria sido desnecessário viver esta vida sem ter lhe beijado, lhe abraçado, sentido o seu cheiro e seus lábios, não teria nenhum sentido. Agora eu entendo quando dizem  "só acaba quando acaba". Que loucura! Mas não quero decifrar as coisas que não aconteceram ainda, mas quero entender o processo que terei que passar para chegar a vida que sempre quis ter... Muito bom seria se pudéssemos namorar sob as gostosas sombras de uma copa cheirosa e vibrante, isso sim seria bom! Ver o tempo rastejar pelos cantos do relógio nos implorando para deixá-lo passar. Bom mesmo seria se nos encontrássemos neste momento e deixássemos este sentimento voraz que nos consome falar por si só o que seria muito bom...
Existem inúmeros momentos que além de classificá-los podemos resumi-lo em só uma palavra, mas estes que passei com você eu precisaria de um dicionário de um milhão de verbetes. Casa-se comigo em 10 anos?